Celular e Saúde Mental: as notificações te controlam?

As facilidades que os novos celulares trazem são fascinantes. A praticidade é o que chama a atenção desde 1973, quando o primeiro celular foi lançado. De lá para cá tudo evoluiu e continua evoluindo em uma velocidade gigantesca.

O item passou a ser obrigatório para quem vive na modernidade, exigindo a atualização dos usuários com as novas possibilidades que surgem constantemente. Quem quer ficar para trás? Isso é sinônimo de atraso, desinformação e afastamento da sociedade que está cada vez mais virtual.

O que é útil e o que é inútil está dentro desse aparelho em suas mãos. Redes sociais bombando, chamadas de amigos, mensagens de familiares, propostas de emprego, chefe chamando a atenção, e-mail de novas demandas, notícias urgentes do bairro, avisos de novos confrontos políticos, fotos do que sua melhor amiga acabou de comer no restaurante do centro da cidade, atualizações da nova tendência da moda... Como filtrar esse tanto de informação?

É muito fácil gastar horas e horas na frente do celular. O motivo disso é que quase tudo o que preenche nosso dia está ali. A saída com os amigos virou um grupo no Whatsapp, o e-mail do trabalho passou a ser verificado pelo aplicativo e a diversão passou a ser assistir reels no Instagram e passar horas compartilhando memes no próprio stories.

E aí entram as táticas de redução de danos que muita gente já praticou. Policiar o tempo utilizando as redes, parar de utilizar o smartphone antes de dormir - muitos botam até tomada ao lado da cama para carregar o aparelho enquanto mexem deitados, e existem muitos estudos que comprovam que esse hábito é extremamente prejudicial ao sono. Muitas táticas são válidas e a tecnologia não é um inimigo, e sim uma aliada, o problema está no exagero, como tudo na vida.

Mas mesmo evitando, entra uma jogada crucial que os desenvolvedores implantaram e passam como inocentes: as notificações.

Já reparou que ao acabar de bloquear a tela, surge uma notificação aleatória de alguma rede social? Às vezes nem é algo interessante, mas só de ouvir o barulho da notificação os olhares quase que obrigatoriamente se voltam para a tela. Quando o assunto parece encerrado, quando finalmente o usuário consegue fechar o aplicativo, aquela janelinha vem e te avisa que falta alguma coisa para ser vista.

E o interessante é que as notificações determinam o que você irá ver logo em seguida. Como, por exemplo, um perfil que não postava há tempos, ou então um amigo que você ainda não seguiu (e sabe-se que é seu amigo, mesmo você não tendo contato algum com o indivíduo virtualmente).

Ocasionalmente a barra de notificações fica lotada de informações inúteis. É comum que muitos não sosseguem enquanto não limpam, seja clicando um por um ou limpando tudo de uma vez com um clique só.

Não é tão fácil fazer essas janelinhas pararem de te controlar, visto que a munição é a necessidade de se atualizar prontamente com tudo o que passa pelo virtual. E se não há novidades, ela te lembra do que você já superou... inclusive aquele joguinho parado há semanas na tela inicial.

Uma solução simples é desativar as notificações, isso pode te dar um tempo hábil para outras áreas da vida. Desativar as notificações de algum aplicativo que não agrega muito já é um bom início. Enquanto você vê sua notificação, talvez um amigo esteja a sua frente esperando uma conversa amigável.